terça-feira, 6 de maio de 2008

reticências.

Ontem eu balbuciei meu último sorriso blasé, um tanto cómico, admito, e lacónico. A amarga vontade de ligar para o número antigo desapareceu, tomara que não momentaneamente, afinal fazia uns meses que não me sentia tão leve. Esse cheiro agridoce de liberdade adentra meu pulmões, encho-os de ar como se nunca tivesse respirado antes, e o ar poluído de Fortaleza até me parece puro. Próxima semana você faz aniversário, eu não perco minhas forças, mas, você insiste em mais um ano vivo. Frieza diante do inesperado passou a ser minha especialidade, ouvir sua voz, seu nome, ver você passando de carro, a cor do seu carro, sentir seu perfume não me afeta mais, passo em frente a tudo isso como se não valesse um tostão, assim como você não vale. Faz parte do meu show, já dizia Cazuza. Cedo aos desejos mais ridículos e quero mais do que nunca matar esse maldito papagaio tagarelo interno nessas linhas tortas, bicho que me atormenta todo minuto a falar de você, sangra animalzinho, Greenpeace não está aqui não, neném. Parece que nasci para inchar seu ego, mas queridinho não é assim que funciona, você não presta pra mim, já me diziam alguns, e um amigo solitário comentou o quão ténue é a linha que separa o amor do ódio, nunca pensei que esse fulano estaria tão certo. Já chega de bancar aquelas neuróticas que querem de qualquer forma encaixar a última peça do quebra-cabeça nem que seja quebrando o mesmo. Continue a respirar caladinho na minha frente, continue a pensar que manda na situação, que tem o mundo na palma da mão, não acredite em lealdade, e queira comer sua amiguinha lésbica qualquer dia desses eu não hesito em enfiar minhas unhas nesse pescoçinho charmoso. Opa! Vou parar por aqui, vai que você amanhece morto e a culpa fica sendo minha. Pra começar o fim, gostaria de salientar que nosso romance extraordinário termina aqui. Sem ponto de exclamação, interrogação, virgula ou dois pontos. Só um ponto final. E nem pense em querer 3 pontos finais, do jeito que eu , sem chances de reticências.

4 comentários:

Brust disse...

kd o texto do antonio das limonadas?

(:

Leo disse...

aiaiai...
meu vício =P
:******

David Herculano disse...

Adorei o final, a coisa toda...

Morganna disse...

tu lembra?
http://temposcomoesses.blogspot.com/2008/05/morte-e-vida-zabarina.html