sábado, 10 de janeiro de 2009

Ele passou a mão na minha cintura. Eu olhei pra cima e admirei o cabelo. Ele sorriu e me abraçou forte me pondo nas pontas dos pés. Eu senti o perfume e sorri. E ele saiu.
- Volto já, só falar com um amigo.
Não respondi, só dei um sinal com a cabeça. Não significo nada para ele, então pra quê permitir algo banal fingindo que significo? Calo-me, e continuei a dançar, deixando evaporar dos meus poros todos os problemas das noites passadas. Ano novo, requebrado novo. E no meio daquela multidão suada e cheia de energia, a mão dele passou pela minha me puxando com delicadeza. Peguei a mão da minha amiga e a puxei também. Uns empurrões depois, estavamos em uma parte mais tranquila, do lado da sinuca.
- Tá tudo bem contigo, garota?
Garota. Unfs.
- Tá ok. E contigo?
Por que a pergunta de está tudo bem ficou banalizada ao ponto da resposta imediata.
- Tá sim, saudades. Só te vejo de vez em quando. Cê viu o comentário que deixei na tua foto?
- Não, não vi.
Menti. Não sei por que. Eu vi e passei minutos olhando.
- Ah, vamos marcar de sair?
- Vamos, vamos.
Toda vez é a mesma história de marcar, marcar, marcar. Vá marcar a sua mãe.
- Que você tem? Agitado.
- Ah, cherei uma carreira ali atras. Faz tempo que não faço isso.
Mão na minha cintura enquanto eu apoio minha cabeça no seu ombro. Afastei-me um pouco, olhei o seu rosto, segurei com as duas mãos.
- Você não devia fazer isso. Eu não gosto, eu me preocupo
- Silêncio.
-
Eu sei que não significo nada pra você, mas, é por ti mesmo.
- Silêncio.
- Ah... Isso pode te fazer mal.
- Como você sabe?
- Er... deixa pra lá, então, só toma cuidado.
- Não, não é isso.
- Quê é ent...?
- Como você sabe que não significa nada?
Inferno.