quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A única coisa que eu não poderia ter feito, eu fiz. Quebrei minhas próprias regras. Agora, o chão ao meu redor tá ensaboado, e eu não consigo dar um passo sem escorregar. Quem diabos arromba a porta e deixa alguém entrar? Eu jamais deveria ter quebrado minhas regras.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Você pode ter um corte de cabelo único, ler Martha Medeiros, Fernando Pessoa, adorar uma boa sessão de arte, ouvir rolling stones e chico, ir para saraus e ter milhares de amigos gays modernos e inteligentes, mas, isso não vai ser a razão da tua vida. Aquele cafajeste que escuta música progressiva (que por um acaso é um saco) e escreve algumas palavras básicas erradas (ainda) pode destruir os alicerces em que você se segurava com as unhas. É, o poder dos idiotas.
Por que as razões de viver se resumem basicamente a uma: amar.
Venhamos e covenhamos o amor não é o sentimento mais fácil de ser definido, sentido, identificado, homologado, institucionalizado ou querido. Algumas pessoas passam a vida achando que amaram, outras morrem na dúvida, tem algumas que fogem como diabo da cruz, e umas únicas que amam sem pudor. E se jogar em um penhasco por alguém não é sinal de coragem e sim, de burrice. O amor tem aquele quê de arrastar multidões e de te deixar pelada no meio de um supermercado quando o objeto amado te lança aquele olhar, mas não significa que você estará imune a qualquer tipo de sofrimento.
Por que amar é um dos homologos de sofrer, por que sem sofrer amar não faz sentido e o homem não evolui, infelizmente. Então, cá vai uma dica: seja burro. Se jogue do precipício. Mas, não burro o suficiente de esquecer de por os para-quedas. Amor se encontra sempre, um coração novo nunca.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Devia chover. Não por motivos poéticos, mas, por motivos metereológicos. Está quente, estamos todos precisando de um temporal nessa cidade. Talvez para acordar, ou para dormir, para se enfiar debaixo das cobertas e sentir-se segura por algumas horas.
Sinto-me no transe do calor, andando, sentindo grudar no meu pescoço o cabelo, garganta seca, cabeça sem idéias, onde foi parar todo aquele meu maquinário?
Me perdi.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ano (?) novo (?)

Todo ano nos bombardeamos com as famosas listas de fim de ano, parece inevitável pegarmos uma caneta e tentar refletir no que diabos devemos melhorar. Quem nunca escreveu (ou listou mentalmente) atire a primeira pedra. Cheias de resoluções pesadas e bem (ou mal) pensadas, achamos que colocando no papel tudo será mais facilmente resolvido, e que, aos poucos, tudo será alcançado. Um horror aquelas listas recheadas de rancor de de girlpower, daquelas do nivel 'baba baby' até as 'olhos nos olhos' do chico.
Caro(a)s, todo fim de ano eu leio o que eu escrevi como lista no ano passado, e cada ano que passa analiso a do ano passado como a coisa mais idiota que escrevi. Deixo claro para as listeiras de plantão: NADA ACONTECE. Do 23:59 a 00:01 do outro ano, nenhuma luz magnifica modificadora te transforma nessa nova mulher que você anseia tanto pra ser, nenhuma borboleta sairá voando de dentro de você, querida casulo, e acredite, nenhum principe vai vir tomar um gole da sua cidra nesta noite. Todos somos os mesmo apos do fogos, a cidra, a roupa brega branca e os abraços dos amigos desejando TUDO de bom pra você esse ano. No fundo, você é a mesma, ficamos esperando a noite passar pro ano nascer junto do sol munidas das maiores insatisfações, aqui és minha dica: não espere pelo maldito 31 de dezembro. Faça-o agora, o meu ano novo deste ano foi no banheiro de uma boate numa noite de chuva, mas, é o meu ano novo. Faça o seu quando, aonde quiser, seja lá que calçinha tiver usando, nem quantas ondas quiser pular. Ah! E use esse 31 de dezembro pra tomar umas, ora, feriado não é para isso mesmo?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"I never thought I'd fall so far downis incredibly long dark hole, something so sweet as the sound of your feet on the floor, would give me more room to breathe. I'll say good-bye again tonight; the third time's the charmer they say. Your words are inked on my skin, the marks of incredible love."
Incredible Love - Ingrid Michaelson

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Breathe.

Eu te traguei. Como tabaco barato te apertei, lambi e o enrolei. Te comprei numa banca barata na esquina da praia. Sentei-me no meio fio com os joelhos unidos, a barriga enrolada. Quando peguei o isqueiro, minhas mãos tremiam, e eu te segurava nos lábios ressecados. Ao aproximar a chama, você queimou e eu finalmente te traguei. Te ingeri rápido, intenso, entretanto nada indolor. Machucando a garganta, fazendo o coração palpitar irregular, te injectei dentro de mim. Te prendi, te atei aos meus pés, sedenta com as unhas na tua fumaça, me perdi no teu cheiro forte. Segurei a respiração, não te deixo escapar. Daqui de dentro, você não sai. Nem que eu passe a vida sem respirar, nem que nunca mais sinta uma brisa, nem que nunca mais viva. Mas, meu corpo te expulsa, como num veredicto que eu não consigo te ter sem me envenenar. E me resta, enfim, te ver sumir como todos os outros ares, comum, passageiro, câncer dentro de mim, vento você.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Em que ponto todos os seus sentimentos viram pó, e tudo que passa a te importar é somente aquilo que não importa? Sinto, respiro, corro até meus pulmões desejarem sair da caixa toraxica, entretanto chega a hora de ponderar. Ponderar sobre amor, tentativas, regras e pulsações estranhas de quaisquer parte do corpo. Não adianta de nada se fazer de forte e irrevogavel, olhar pro céu e pro mundo como se ele te pertencesse, pois afinal, não se tem controle de nada, nem do que nos pertence. Ontem, enrolei-me com um lençol qualquer, e em alguma parte do tecido senti um perfume conhecido. Acho que era teu, e então o mundo pareceu pequeno em fronte àquilo que sentia. O mundo é minusculo perto do que fomos, do que somos e do que sempre seremos. Eu não faço questão de ter a tua mão, ou um anel qualquer que deveria representar alguma coisa, e não os quero. O importante é o que menos importa, é o que passamos. O paraíso não é um relacionamento cinco estrelas, não é flores nos dias dos namorados e um ursinho de pelucia no dia do aniversário. O paraíso para mim é sentir o teu perfume numa quarta feira a noite, e perceber que isso deixa os meus sentidos alerta de qualquer forma. É sempre dificil explicar o que somos a qualquer pessoa. Amor platonico, secreto, impossivel, amigos com sérios problemas de fala. Só sei que somos. E depois de tantos anos, depois de tantas quedas, descobertas, mudanças, dores, alegrias, lágrimas de todas as formas, o que era importante agora já não o é. O importante agora é somente o tremor de minhas pernas ao perceber tua presença. Então, desliga a televisão, deita de lado, e sente esse cheiro desimportante, por que todo o resto não importa mais.