sábado, 16 de agosto de 2008

Eu poderia dizer que seu abraço é biodegradável, que seu carinho nas covinhas das minhas costas é bastante constrangedor e invocável. Entretanto, prefiro dizer que você reviveu um quê perdido em mim. Um quê de namoro de portão, de beijinho na bochecha e mãos dadas. Um quê de confiança e nada com conotação sexual e adulta, um quê de namoradinhos de antigamente, uma brisa que fazia tempo que não sentia balançando meus cabelos no meio de uma avenida, mas, naquela hora em que te deixei na parada de ônibus, senti isso, e que realização do poder de sentir isso vivo e ingênuo dentro de mim de novo. Tu provocas certo desconforto na minha barriga só de pensar em te ver, aquela mistura de cólica menstrual descendo uma montanha russa e borboletas no intestino delgado. Eu nunca fui lá de me sentir especial com alguém, e a ultima vez que senti foi desastrosa. Então, eu te avisei, e você só me chamou de linda e pediu para não me preocupar ou pensar demais ou tentar explicar, afinal esse é meu defeito mais charmoso ser assim tão racional. Sorrateiramente, você segura minha mão e eu nem percebi quando me conduziu para um lugar seguro, por que eu entrei em um programa especial que visa a não reflexão nas poucas horas que te tenho ao meu lado. E você quis me prometer futuro e burocracia, mas, eu não deixei você ir longe, já basta ter essa sensação de volta, é só o que quero de ti, então pode ir, eu não me importo mais, e obrigada por isso, creio que agora tu se tornaste especial para mim, não é mesmo? Que seja, eu estou respirando novamente.

Um comentário:

Diogo disse...

Cheiro de garoa, seis e meia da tarde.